Comecei essa prática de traduzir meu próprio pensamento quase sem querer, sabe? Tava na fila do mercado, aquele tédio do cacete, e do nada veio uma ideia sobre reorganizar a geladeira. Normalmente ela some em dois segundos, mas dessa vez peguei o celular e comecei a escrever em voz alta no bloco de notas.
Passo a passo caótico
Primeiro, só vomitei tudo que veio na cabeça: “Tirar aquele pote de azeitona vencido, botar o leite no lado esquerdo pq sempre esqueço, comprar mais ovos…”. Parecia uma lista de compras maluca. Depois, quando cheguei em casa, sentei com esse monte de pensamento solto e tentei transformar num texto com começo, meio e fim – e que outra pessoa conseguisse entender.
- Descobri que as ideias mais simples viram trampolim: tipo, a parte dos ovos virou um paragrafo inteiro sobre como eu sempre quebro eles na hora de fritar
- Teve momento que rabisquei num guardanapo enquanto tomava café, pq tive um insight sobre guardar temperos
- Ao reler depois de três dias, ri alto quando vi que tinha escrito “PANELA VIRA TRISTEZA” em caixa alta
O pulo do gato
Quando decidi botar no papel como o pensamento tava funcionando (e não só o conteúdo), a coisa clicou. Coloquei até os “porra” e “aff” que tavam na minha cabeça quando queimei o arroz. Traduzir o caos mental pra palavras concretas me fez percever uns padrões fodidos:
- 90% das minhas ideias criativas surgem quando tô lavando louça (????)
- Sempre pulo a etapa de planejamento e vou direto pro “FAZER” – aí me fodo
- Quando escrevo os problemas, eles ficam 50% menores na minha cabeça
Bagaço que valeu ouro
No começo achei que seria só desabafo, mas virou uma ferramenta do caralho. Hoje consigo identificar quando to entrando na espiral de ansiedade só pela forma como as palavras saem tortas no papel. Melhor ainda: comecei a reler textos antigos e perceber padrões que se repetem nos meus problemas. É tipo ter um diário que decifra meu próprio código mental.
Tá aí, gente – se eu consegui fazer isso dando cabeçada no teclado, imagina você organizadinho. Nem precisa virar blog, pode ser só uns rabiscos no caderno de receitas. Garanto que vai entender tua própria cabeça melhor que coach quântico.







