Aqui está minha prática completa da minha visita àquela fazenda do Flamengo. Nem tudo foi tão lindo quanto eu esperava, mas foi real. Vamos lá:
A Ideia e a Preparação
Surgiu do nada esse plano. Um amigo comentou: “Lá é massa, tem uns bichos legais e um pasto gigante”. Fiquei animado, pensei numa mini-aventura perto da cidade. Primeiro erro: não conferi direito a previsão do tempo. Fé na cara.
Arrumei umas coisas na mochila às pressas:
- Garrafa de água (só uma, burrice);
- Um boné velho (quase sem aba);
- Um tênis que já tava pedindo pra aposentar;
- E meu celular, claro, pra tirar foto.
Botei na cabeça que ia ser tranquilo. O ônibus era tipo o único que ia pra perto lá. Confiei no aplicativo e… segundo erro.
A Viagem – A Parte Chata
O dia já começou quente, caramba. O ponto de ônibus tava lotado e o busão atrasou uma hora. Uma hora, cara! Quando chegou, parecia uma lata de sardinha. Fiquei espremido o caminho todo, suando que nem um porco. O ar condicionado? Nem existe, esqueceram de inventar nesse ônibus. Até o motorista tava de mau humor.
Quando desci, ainda faltava uma caminhada. O sol tava no ponto de fritar ovo no chão. Minha única garrafa d’água virou história ali mesmo. A estrada de terra levantava uma poeira danada, e o sinal do celular? Adeus. Fiquei meio perdido, sem saber onde era a entrada direito. Terceiro erro: não imprimi mapa nem nada. Pura sabedoria da cidade.
Finalmente Chegando
Quando achei o portão, já tava meio bagunça. Suado, com sede, e um pouco arrependido. Mas enfim, paguei uma entrada barata, pelo menos isso. A primeira vista era bonito, um campo verde largo, uns cavalos pastando longe. Cheguei perto dos currais.
Tinha uns bezerros novos, fofos. Mas os lugares onde os animais ficavam… meio apertados, sabe? Cheirava forte, natural do negócio, mas meus pés já reclamando do tênis velho. Tentei puxar papo com um tratador, mas o cara tava na correria, só deu um “Bom dia” seco.
Comi um lanche lá, um sanduíche de carne basicão com um suco super azedo. Sentou que nem uma pedra no estômago. Pelo preço, achei salgado. Sede tava matando. A loja de água perto dos animais tava uma fortuna! Tive que segurar. Quarto erro monumental.
O que Salvou
Depois do lanche ruim, fui andar sem rumo. Cheguei num cantinho atrás, um morrinho baixo. A vista dali, que coisa linda, viu? Dava pra ver a plantação toda, uma árvore grande no meio, uns pássaros voando baixo. O vento tava fresco. Sentei na grama (cuidado pra não sentar em nada estranho) e só fiquei olhando. Aqueles dez minutos ali foram de ouro. Nem foto tirei, só respirei. Esqueci do ônibus, da sede, do tênis ruim. Momentão.
Vi uma vaca com filhote bezerro andando bem longe. Não cheguei perto pra não assustar, mas foi legal ver o momento deles. Os passarinhos do campo fazendo um barulhinho bom também. Até esquentei um pouco menos ali na sombra.
Hora de Vazar (e o Desespero)
A paz acabou quando lembrei da volta. Meu celular com 2% de bateria, e o último ônibus era tipo agora. Saí correndo quase, tropeçando na terra fofa. A mochila batendo nas costas, o boné escorregando na testa suada. Corri mais do que corria desde o ensino médio, juro.
A sorte é que o motorista do último ônibus tava terminando um cigarro e viu eu chegar feito um maluco. Ele abanou, entrei quase caindo. O ar dentro? Continuava quente, mas naquele momento foi o paraíso. Sentei lá atrás, quase sem fôlego, e só sorri besta. Made it!
No Fim das Contas…
A visita foi intensa. Teve parte ruim pra caramba: calor do inferno, transporte bagunçado, sede, tênis ruim, lugar não tão organizado assim. Mas aquela vista no morrinho? Valeu uma parte. O momento tranquilo na grama? Valeu outra. A corrida desesperada? Virou história.
Mas fica o aprendizado, né? Levar muita água sempre. Sapatos muito bons. Checar ônibus duas vezes. Colocar protetor solar até debaixo das orelhas. E entender que nem tudo é passeio de cartão postal. Tem suor, tem cansaço, tem cheiro forte, e às vezes, só às vezes, aparece uma beleza que você nem esperava ali no meio da bagunça toda. Mas a próxima? Vou pesquisar melhor e ir num dia mais fresco.
