Fala pessoal, vou contar minha tentativa frustrada de virar diretor do Tropa de Elite. Nem me convidaram, mas achei que dava pra entrar na onda mesmo assim. Primeiro, resolvi entender o filmaço. Peguei a cópia pirata – é, eu sei – e assisti umas dez vezes seguidas até decorar os tiros e os palavrão tudo.
Depois disso, meti o louco. Fui direto no LinkedIn caçar quem trabalhou na produção. Mandei mensagem pra um brother que disse ter carregado café no set:
- Passo 1: Catei contato de qualquer um que respirou perto do filme
- Passo 2: Enchi o saco pedindo “conselhos de carreira”
- Passo 3: Inventei que tinha feito curta-metragem no meu celular
O cara só me respondeu depois de três semanas: “Tá maluco? Ninguém entra assim não.” Mas eu teimo fácil. Aluguei uma câmera meia-boca, juntei uns amigos de bar e gravei uma cena de ação no meio-fio da rua aqui. Teve vizinho gritando, cachorro latindo, o trânsito buzinando – ficou uma merda total.
Passo 4 foi tentar mostrar meu “trabalho”. Imprimi DVD pirata com meu “curta” e deixei na portaria da produtora. O segurança jogou fora na minha cara. “Isso aqui nem papel timbrado tem, rapaz!” Tentei postar no Instagram marcando o José Padilha, mas a conta dele deve ter bot filtrando zé-ninguém.
Aí veio o Passo 5, o pior de todos: gastei uma grana com curso online “Seja Diretor em 30 Dias”. O maluco ensinava a gritar “Corta!” em três idiomas, mas quando perguntei como entrar no Tropa de Elite, ele só disse: “Reze pra nascer de novo com contatos certos”.
Resumindo a ópera: não entrei, óbvio. Aprendi que esses filmes grandes são clube fechado. Fiquei devendo aluguel por causa da câmera, meus amigos até hoje me zoam por aquele vídeo ruim, e o único “elite” que eu fiz foi tomar enquadro da PM quando tava filmando na rua. A moral? Às vezes o negócio é curtir o filme no sofá mesmo.
