Olha, vou te contar uma coisa sobre essa história de levar as coisas ao limite, que a gente chama aqui na nossa roda de “SE Xtreme”. Não é manual, não é tutorial chique, é só o que eu passei mesmo, na pele.

O Começo da Doidice
Tudo começou numa tarde de sábado, sabe? Eu estava com um servidorzinho aqui em casa, desses que a gente monta pra brincar, testar umas paradas. Aí me veio a ideia: e se eu tentasse espremer ele até não dar mais? Ver qual era o limite real, não o que o manual diz. Queria ver ele pedir água, sabe?
Primeiro, separei a máquina. Era um PC velho que eu tinha ressuscitado, nada demais. Instalei um Linux básico, pelado mesmo, pra não ter nada roubando recurso à toa. A ideia era rodar um serviço específico, um banco de dados que eu uso bastante, e ver quanto tranco ele aguentava.
Mão na Massa: Apertando os Parafusos
Beleza, sistema no lugar. Primeira coisa: comecei a configurar o tal banco de dados. Fui lá nos arquivos de configuração e comecei a fuçar. Memória? Botei pra usar quase tudo que a máquina tinha. Conexões simultâneas? Subi o número pra algo que eu sabia que era ridículo praquele hardware. Cache? Ajustei de um jeito bem agressivo.
Aí começou a diversão de verdade. Criei uns scripts pra simular um monte de gente acessando ao mesmo tempo, fazendo consulta pesada, escrevendo dados sem parar. A ideia era criar o caos mesmo.
- Primeiro teste: rodei o script com uns 100 usuários virtuais. O servidorzinho deu uma engasgada, o processador bateu lá nos 80%, mas aguentou.
- Aumentei pra 300. Aí a coisa ficou feia. Começou a dar erro de conexão, o tempo de resposta foi pro espaço. A memória RAM estava no talo.
- Fui ajustando. Reduzi um pouco as conexões máximas, mexi de novo no cache, tentei otimizar as consultas que o script fazia. Reiniciei o serviço umas vinte vezes.
- Cada ajuste era um novo teste. Eu ficava olhando os logs, monitorando o uso de CPU, memória, disco. Era quase uma conversa com a máquina: “E aí, aguenta mais ou vai pedir pra sair?”
Quando a Casa Quase Caiu
Teve uma hora que eu forcei tanto, mas tanto, que o sistema operacional inteiro travou. Congelou bonito. Tive que dar boot na marra. Pensei: “Pronto, exagerei, queimei alguma coisa”. Mas não, o guerreiro voltou. Só que aí eu vi que não era só jogar número pra cima. Tinha que ter um equilíbrio.

A lição aqui foi na marra: não adianta só aumentar tudo. Você tem que entender onde está o gargalo. Às vezes era o disco que não dava conta de tanta escrita, outras vezes era a CPU que não conseguia processar, ou a memória que acabava. Tive que aprender a ler os sinais que a máquina dava.
Fiquei nisso umas boas horas, ajustando, testando, quebrando a cabeça. Mudei configuração de kernel, troquei o agendador de I/O do disco, fiz umas coisas que normalmente a gente nem mexe.
O Resultado Final: O Que Sobrou Disso Tudo?
No fim das contas, consegui fazer o servidorzinho aguentar bem mais carga do que eu imaginava no começo. Não virou um supercomputador, óbvio, mas cheguei num ponto onde ele operava no limite, estável, mas no limite. Qualquer coisinha a mais, ele desandava.
O que eu aprendi? Que esses limites que a gente lê por aí são muitas vezes conservadores. Dá pra ir além, sim. Mas tem um custo: tempo, paciência pra caramba, e o risco de quebrar algo. E aprendi principalmente que cada máquina, cada setup, tem sua própria personalidade, seu próprio ponto de “chega”. Não tem receita de bolo.
Foi mais um experimento maluco meu, daqueles que a gente faz pra aprender fuçando. Não recomendo sair fazendo isso em produção, pelo amor de Deus! Mas pra entender de verdade como as coisas funcionam por baixo dos panos, olha… foi uma bela aula prática.
