Olha, vou te contar uma experiência que tive um tempo atrás, meio maluca, inspirada naquele filme famoso, o Tropa de Elite. Não que eu quisesse ser ator de verdade, nada disso. A parada foi mais na prática, no dia a dia mesmo.

Eu tava passando por uma fase meio complicada no trabalho, muita coisa empacada, sabe? Burocracia demais, gente enrolando, aquela sensação de que nada andava. Um dia, revendo o filme, me veio aquela faísca: “Pô, e se eu tentasse ser mais… direto? Mais ‘Capitão Nascimento’ pra resolver essas pendências?”. Não no sentido de sair gritando com todo mundo, claro, mas na atitude, na decisão.
Minha Tentativa de Ser o “Cara”
Então, decidi colocar em prática. Comecei a abordar os problemas de forma mais incisiva. Se tinha uma reunião que eu achava que era perda de tempo, eu falava. Se alguém vinha com desculpa esfarrapada pra não entregar o trabalho, eu cortava na hora. Fui direto ao ponto, sem rodeios.
- Chegava nas conversas já com a solução que eu achava certa.
- Tentava impor um ritmo mais acelerado nas tarefas.
- Pressionava mais as pessoas por respostas e resultados.
No começo, confesso que deu uma sensação de poder, de estar “resolvendo”. Parecia que eu tava finalmente cortando a enrolação. Usei aquela energia do filme como combustível, pensando “missão dada é missão cumprida”. Cheguei a ser meio duro em algumas conversas, confesso. Achava que era necessário pra fazer a coisa andar.
A Realidade Bateu na Porta
Só que, né, a vida real não é um roteiro de cinema. Aos poucos, comecei a perceber que a minha “performance” não tava caindo tão bem assim. O clima começou a pesar. As pessoas começaram a me evitar um pouco, o pessoal ficava mais na defensiva quando eu chegava perto.
Percebi que, em vez de agilizar, algumas coisas travaram ainda mais. Ninguém queria colaborar muito com o “xerife”. Aquela abordagem “na pressão” funcionava no filme, com o Batalhão de Operações Especiais, mas no ambiente de escritório, com gente comum… nem tanto. Faltou a parte de ouvir, de negociar, de entender o lado do outro. Eu só tava focado no “resultado”, no “agora”, e isso não funciona sempre.

Teve uma situação específica com um colega que foi o estopim. Forcei a barra pra ele entregar um relatório, e ele acabou fazendo às pressas, cheio de erro. Depois, numa conversa mais calma, ele me explicou as dificuldades que tava tendo e que minha pressão só piorou tudo. Aí a ficha caiu de vez.
O Que Ficou Dessa Loucura
No fim das contas, essa minha “atuação” de “ator de tropa de elite” me ensinou bastante. Aprendi que ser direto é bom, ter foco em resultado é importante, mas do jeito certo. Não dá pra passar por cima das pessoas ou ignorar o contexto. A firmeza não pode virar truculência.
Tive que dar uns passos pra trás, pedir desculpas em algumas situações e reconstruir umas pontes. Voltei a ser mais eu mesmo, buscando o equilíbrio entre ser assertivo e ser humano. Hoje, tento resolver as coisas com mais conversa e menos “carteirada”. Foi uma prática intensa, meio desastrada, mas valeu pra aprender na marra que cada situação pede uma abordagem diferente. Filme é filme, vida real é outra história.