Olha, vou contar uma coisa pra vocês sobre essa história de vestidos longo. Eu cismei que queria um, mas não um qualquer. Tinha um modelo na minha cabeça, sabe? Rodei tudo quanto é loja e nada. Ou era caro demais, ou o tecido não me agradava, ou simplesmente não tinha o tal modelo que eu imaginei.

Aí me deu a louca: “Quer saber? Vou fazer eu mesma!”. Nunca tinha feito um vestido inteiro sozinha, só umas barras, uns consertos. Mas a ideia grudou.
A saga do tecido e do molde
Primeiro passo: achar o tecido. Nossa, que batalha! Fui naquelas ruas de comércio de tecido, me perdi lá dentro. Cada um mais lindo que o outro, mas os preços… salgados! Acabei achando um viscose estampado que era bem o que eu queria. Meio caro, mas já tava ali, né? Levei. Depois, o molde. Lembrei que minha avó tinha umas revistas de costura antigas. Fucei numa caixa velha e achei um molde de vestido longo, parecia simples. Pensei: “É esse!”.
Mãos à obra (e quase ao desespero)
Cheguei em casa toda animada. Abri aquele tecido enorme no chão da sala, parecia uma piscina. O cheiro de tecido novo é tão bom! Peguei o molde de papel de seda, todo amarelado. Confesso que deu um frio na barriga na hora de riscar e cortar. Medo de estragar tudo! Marquei com giz, conferi mil vezes. Respirei fundo e… tesoura nele!
Aí veio a máquina de costura. Uma Singer velhinha que era da minha mãe. Tava parada há tempos. Tive que limpar, passar óleo. Comecei a juntar as partes. Gente, pensa numa pessoa apanhando da máquina. A linha quebrava, embolava embaixo, a agulha pulava ponto. Teve uma hora que costurei uma parte do lado errado. Que raiva que deu! Tive que desmanchar com cuidado pra não rasgar o tecido. Quase joguei tudo pro alto.
Mas respirei fundo de novo. Lembrei da minha avó costurando com uma paciência de Jó. Continuei. Devagarzinho, fui pegando o jeito de novo. A parte mais chata foi a barra. Vestido longo tem pano que não acaba mais! Pedi pra minha filha me ajudar a marcar a altura direitinho, senão ia ficar todo torto.

O resultado final e a sensação
Depois de uns bons dias de trabalho picado, entre uma coisa e outra da casa, finalmente terminei. Fui provar. Olhei no espelho. Sabe, não ficou perfeito, não vou mentir. Tinha uns errinhos na costura aqui e ali, a cintura talvez pudesse ficar um pouco mais certinha. Mas era o meu vestido!
Usei ele numa festa de aniversário da família. Todo mundo perguntando onde eu tinha comprado. Quando eu falei que tinha feito, ninguém acreditou! Me senti o máximo, sabe? Um orgulho danado!
Deu trabalho? Deu muito. Gastei tempo e talvez até mais dinheiro do que se tivesse achado um pronto razoável. Mas a experiência de pegar um pedaço de pano e transformar em algo que eu posso vestir, que saiu da minha cabeça e das minhas mãos… isso aí não tem preço. Toda vez que olho pra ele pendurado no armário, lembro de cada etapa, cada sufoco e do sorriso no final.