Olha, vou te contar uma coisa sobre essa história de procurar calça de cavalgada. A gente inventa moda, né? Depois de anos parado, resolvi que queria sentir o vento na cara montado num cavalo de novo. A ideia é boa, o problema é o preparo.
Peguei minha calça jeans velha de guerra, aquela companheira de todas as horas, e fui pro haras. Rapaz, que roubada! Cheguei em casa todo assado, parecia que tinha sentado numa chapa quente. A costura do jeans, o atrito, aquilo ali não foi feito pra balançar em cima de um bicho por muito tempo não. No dia seguinte eu andava todo torto.
Aí não teve jeito. Falei pra mim mesmo: preciso de uma calça decente pra isso. Comecei a minha saga. Primeiro, internet. Digita lá “calça de cavalgada”, “calça pra montar”. Aparece um monte de coisa. Umas bonitas, outras nem tanto. Mas o preço… caramba! Tinha calça que custava mais caro que a parcela de muita coisa que tenho aqui em casa. Pensei: “Será que isso é feito de ouro e eu não tô sabendo?”.
Desisti da internet por um tempo e resolvi ir na raça, nas lojas físicas. Fui numa loja aqui, outra ali, daquelas que vendem coisa pra fazenda, sabe? O vendedor veio todo simpático, mostrou uns modelos. Tinha umas que pareciam de lycra, colada no corpo, coisa de atleta. Tinha outras mais grossas, com reforço no joelho, no fundilho… umas paradas que eu nem sabia que existia.
A Escolha da Bendita Calça
Fiquei naquela dúvida. Pego a mais tecnológica? A mais parruda? A mais barata? O vendedor, claro, elogiando a mais cara. Dizendo que durava a vida toda, que era confortável que nem pijama. Eu só pensava nas minhas pernas assadas e no rombo no bolso.
No fim, chorei um desconto aqui, pechinchei ali, e acabei levando uma meio-termo. Nem a top de linha, nem a mais simplesinha. Uma que parecia resistente, tinha os reforços onde precisava, e o preço não me obrigava a vender um rim. O tecido era meio grosso, mas flexível. O vendedor garantiu que era a melhor escolha.
Fui testar no outro fim de semana. Cheguei no haras já me sentindo meio diferente, mais preparado. Vesti a calça nova. Realmente, o negócio veste bem, não fica pegando em lugar nenhum. Subi no cavalo e… que diferença!
Passei horas cavalgando, fui pra lá, pra cá. Desci do cavalo e parecia outra pessoa. Nada de assadura, nada de dor. A calça segurou a onda. Aquele reforço no fundilho faz milagre, viu? E o tecido mais grosso protegeu bem das raspadas nos galhos e na própria sela.
Teve até uma hora que o cavalo se assustou com um bicho que saiu do mato, deu um pulo de lado. Quase que eu vou pro chão, mas consegui me segurar. Na hora nem pensei na calça, mas depois vi que ela estava inteira, sem nenhum rasgo. Aguentou o tranco.
É isso, né? Às vezes a gente acha que é frescura, que dá pra fazer as coisas de qualquer jeito. Mas tem hora que o equipamento certo ajuda demais. Não virei nenhum campeão de hipismo por causa da calça, claro. Mas pelo menos posso curtir meu passeio a cavalo sem voltar pra casa moído. Valeu o investimento, mesmo que tenha doído um pouco no bolso na hora. Agora tô até pensando em qual vai ser a próxima “frescura” que vou arrumar pra justificar gastar dinheiro… talvez um chapéu novo?