Então, gente, hoje eu quero contar pra vocês uma saga que me meti esses tempos atrás: a missão de fazer um vestido azul e branco. Sabe quando a gente cisma com uma coisa na cabeça e não sossega enquanto não faz? Pois é, fui eu com esse tal vestido.

O Começo de Tudo: A Ideia Fixa
Tudo começou porque eu tinha um evento pra ir, nada muito chique, mas queria algo especial, sabe? Fui em tudo quanto é loja, rodei shoppings, olhei online e nada… Ou era muito caro, ou o modelo não me agradava, ou o tecido parecia que ia rasgar na primeira sentada. Aí pensei: “Quer saber? Eu mesma vou fazer!” Já tinha uma máquina de costura em casa, pegando poeira, coitada. Era a oportunidade perfeita.
A combinação de azul e branco veio meio que do nada. Lembrei de uns azulejos portugueses, achei a combinação clássica, elegante sem ser careta. Botei na cabeça que ia ser assim e pronto.
A Caça aos Materiais: Uma Novela à Parte
Aí começou a primeira parte da aventura: achar os tecidos. Meu Deus, que luta! Eu queria um azul específico, nem muito escuro, nem muito claro, e um branco que não fosse transparente demais. Rodei o centro da cidade umas três vezes. As vendedoras já deviam estar cansadas da minha cara. Uma até falou: “Minha filha, esse azul que você quer não existe!” Mas brasileiro não desiste nunca, né?
Finalmente, depois de muito fuçar, achei! Um tricoline azul royal que era a minha cara e um crepe branco encorpado, perfeito. Comprei também linha, zíper invisível (que eu tinha um medo danado de pregar) e entretela pra gola.
Mãos à Obra: Entre Acertos e Perrengues
Cheguei em casa toda animada. Peguei um molde de um vestido antigo que eu gostava do caimento e fui adaptar. Risquei o tecido com aquele giz de alfaiate que some depois, sabe? Confesso que a parte de cortar o tecido me dá um frio na barriga. É aquela coisa: cortou errado, já era.

- Primeiro, cortei o corpo no azul.
- Depois, os detalhes da gola e dos punhos no branco. Queria um contraste legal.
- Aí veio a costura. A máquina, de birra, resolveu que ia embolar a linha bem na parte da saia. Pensa na paciência pra desfazer aquilo tudo sem estragar o tecido. Respirei fundo umas dez vezes.
A parte mais tensa foi o tal do zíper invisível. Vi uns três tutoriais na internet e fui na fé. Não ficou perfeito de primeira, tive que desmanchar e refazer umas duas vezes. Mas no final, ele ficou lá, escondidinho, uma vitória pessoal!
Um detalhe importante: eu queria que ele fosse acinturado, mas com a saia mais soltinha, pra dar um movimento legal ao andar. Fui ajustando no meu próprio corpo, prendendo com alfinete, provando, tirando, costurando de novo. Coisa de doido, mas é assim que a gente aprende, né?
O Resultado Final e a Sensação Boa
Depois de uns bons dias de trabalho, entre picadas de agulha e muita linha espalhada pela casa, o vestido ficou pronto. Gente, quando eu vesti e me olhei no espelho… que sensação boa! Não era um vestido de alta costura, claro, tinha lá seus defeitinhos que só eu via. Mas era MEU vestido. Feito por mim, com as cores que eu queria, do jeito que eu imaginei.
Usei no tal evento e, modestamente, fez sucesso! Algumas pessoas perguntaram onde eu tinha comprado. Quando eu falava que tinha feito, a reação era sempre de surpresa e admiração. Isso não tem preço.
No fim das contas, essa brincadeira de fazer o vestido azul e branco me ensinou mais do que só costurar. Me ensinou sobre paciência (muita!), sobre persistência e sobre o prazer de criar algo com as próprias mãos. E olha, já tô aqui pensando qual vai ser a próxima peça que vou inventar de fazer. Aquela máquina de costura não vai mais pegar poeira, isso eu garanto!
