Então, gente, outro dia me deu uma louca aqui em casa. Sabe como é, né? A gente fica inventando moda. Eu tava olhando umas fotos de uns quadros do Portinari, aquelas cores fortes, os personagens… acho demais o trabalho dele. Daí, bati o olho numa sandália Melissa minha, daquelas mais básicas, sabe? Cor única, meio sem graça já de tanto usar.
Aí veio a ideia: e se eu tentasse dar uma cara nova pra ela, inspirada naquilo que eu tava vendo? Uma “Melissa Portinari” feita por mim mesma! Parecia simples na minha cabeça, claro.
Mão na Massa: A Saga da Customização
Primeiro passo: descobrir que tipo de tinta pega nesse plástico da Melissa. Pensa numa luta! Fui fuçar na internet, perguntar pra um amigo que mexe com artesanato. Uns falavam uma coisa, outros outra. Acabei achando umas canetas permanentes e umas tintas que diziam servir pra plástico. Comprei logo umas cores que lembravam os tons que o Portinari usava muito, azul, um ocre, branco…
Preparação é tudo (ou quase):
- Lavei a sandália como nunca. Esfreguei bem pra tirar qualquer sujeira ou gordura. Deixei secar direitinho no sol.
- Peguei um lápis e tentei rabiscar um desenho bem simples na lateral. Queria algo que lembrasse aquelas figuras dele, meio geométricas, sabe? Mas sem complicar muito, porque né, não sou artista.
Aí começou a pintura de verdade. Nossa Senhora! A caneta permanente foi mais fácil de usar nas linhas finas. Mas na hora de preencher com a tinta… que trabalheira! A tinta demorava pra secar, às vezes escorria um pouco. Tive que ter uma paciência de Jó. Fiz uma camada, esperei secar. Depois outra. Borrei umas partes, tentei limpar com um paninho úmido, quase fiz um estrago maior.
O Resultado Final (e a Realidade)
Depois de umas boas horas entre pintar, esperar secar, retocar, finalmente acabei. Olhei pra sandália. Ficou… diferente. Não vou dizer que ficou uma obra de arte digna do Portinari, longe disso! Mas ficou com a minha cara, com as cores que eu queria.
Tem umas falhas? Tem. Se olhar de perto, dá pra ver que foi feito em casa, na base da teimosia. Mas quer saber? Gostei do processo. Deu um trabalhão, sujei a mão toda, mas foi legal pegar uma coisa antiga e tentar transformar.
Agora tenho minha Melissa “inspirada” em Portinari. Meio tosca, talvez, mas única. E toda vez que eu olho pra ela, lembro da tarde que passei ali, concentrada, tentando fazer a tinta não escorrer. É isso, né? Às vezes, o processo vale mais que a perfeição.
