Sabe, essa história de “alta costura” sempre me pareceu um bicho de sete cabeças. Eu via aqueles desfiles na TV, umas roupas que pareciam mais obras de arte do que algo pra vestir no dia a dia, e ficava pensando: “tá, mas o que é que faz isso ser ‘alta costura’ e não só uma roupa muito cara e chique?”

Então, como sou um cara curioso e gosto de entender as coisas na prática, comecei minha pequena jornada para desvendar esse mistério. Não fui em nenhuma escola de moda chique nem nada, viu? Minha pesquisa foi mais na base da conversa e de fuçar onde dava.
Primeiro, perguntei pra minha vizinha, Dona Lurdes, que costurou a vida toda. Ela me disse: “Ah, meu filho, alta costura é coisa de gente rica, feito à mão, tudo nos mínimos detalhes.” Isso já me deu uma pista: o “feito à mão” e o “detalhe”. Mas ainda parecia vago.
Aí fui pra internet, mas não aqueles sites cheios de termos técnicos que ninguém entende. Procurei por blogs, vídeos de gente explicando de forma mais simples. E comecei a ver que não era só “ser caro” ou “feito à mão”. Tinha umas regras, uns critérios bem específicos.
Descobri que pra uma marca ser considerada de alta costura, ela precisa ser tipo “certificada” por um órgão lá na França, o tal do Chambre Syndicale de la Haute Couture. E pra entrar nesse clube seleto, não é moleza não.
O que eu saquei nesse processo todo:
- Tem que ter ateliê em Paris: Não adianta fazer roupa chique em qualquer lugar e chamar de alta costura. O coração do negócio é lá.
- Número mínimo de funcionários: Parece que precisa ter uma equipe fixa, com um número mínimo de costureiros e artesãos trabalhando em tempo integral. Não é só contratar uns freelancers pra um desfile.
- Feito sob medida: A peça é criada exclusivamente para uma cliente. Esquece essa de P, M, G. É tudo tirado nas medidas da pessoa, com várias provas.
- Mão de obra ultra especializada: Bordados, plissados, aplicações… tudo feito por gente que manja muito, com técnicas que às vezes levam anos pra aprender. É um trabalho artesanal num nível que a gente nem imagina.
- Apresentar coleções regularmente: Tem que mostrar serviço, apresentar um número mínimo de looks inéditos em desfiles duas vezes por ano.
Percebi que a alta costura é menos sobre a roupa em si ser usável no supermercado (porque, convenhamos, a maioria não é) e mais sobre ser uma espécie de laboratório de ideias pra moda, um lugar onde a criatividade pode voar solta, sem as amarras do “tem que vender muito”. É onde se preservam técnicas artesanais que, senão, já teriam sumido.

Então, depois dessa minha “investigação”, entendi que alta costura não é só um vestido caro. É um sistema, com regras, com uma história e com um propósito que vai além do vestir. É a Fórmula 1 da moda, digamos assim. Poucos podem ter, muitos admiram a tecnologia e a arte, e algumas coisas dali acabam, de forma mais simples, chegando nos carros que a gente usa no dia a dia.
No fim das contas, cheguei à conclusão de que “alta costura” é um termo que define um nicho muito específico da moda, com um padrão de qualidade e exclusividade altíssimo, quase como uma peça de colecionador. E foi legal desmistificar isso um pouco pra mim mesmo, ver que tem toda uma estrutura por trás daquela passarela glamourosa.