Olha, vou te contar como foi que eu caí no mundo dos livros da Carla Madeira. Não foi nada planejado, tipo lista de leitura ou indicação de clube do livro, não. Foi bem mais tropeçado, digamos assim.

Eu estava numa livraria, sabe como é, matando tempo, olhando as capas, sentindo o cheiro de livro novo. Aí vi um monte de gente falando, pegando um livro com uma capa que me chamou atenção, acho que era o “Tudo é Rio”. A capa era forte, meio enigmática. Fiquei curioso, claro. Perguntei pra vendedora do que se tratava, ela me falou por alto, disse que estava vendendo muito, que o pessoal comentava bastante.
Levei pra casa naquela de “vamos ver qual é”. Deixei uns dias na pilha, sabe? Tinha outras coisas na frente. Mas a capa ficava me olhando. Um dia, peguei pra começar. E olha… que começo, hein?
Minha Primeira Reação
Não vou mentir, o início me pegou desprevenido. A escrita dela é diferente. Não é aquela coisa linear, mastigadinha. É meio poesia, meio soco na cara. Tem uma intensidade que, no começo, me deixou meio perdido. Pensei: “será que vou dar conta?”.
Mas continuei. Tinha alguma coisa ali que me prendia. Fui entrando na história, me envolvendo com aqueles personagens tão… humanos, sabe? Cheios de falhas, de dores, de amores tortos. Quando vi, já estava completamente mergulhado naquilo.
Terminei o livro e fiquei dias remoendo. Aquilo mexeu comigo de um jeito que pouca leitura tinha feito antes. Não é uma leitura pra passar o tempo, é leitura pra sentir, pra pensar na vida, nas relações.

A Busca por Mais
Depois dessa primeira experiência, fiquei órfão. Queria mais daquela escrita, daquela profundidade. Fui pesquisar e descobri que tinha outros livros dela.
- Primeiro, achei “A Natureza da Mordida”. Peguei com a mesma expectativa e, de novo, fui surpreendido. Outra história forte, outros personagens complexos.
- Depois veio “Véspera”. A essa altura, eu já sabia o que esperar em termos de intensidade, mas a forma como ela constrói a narrativa sempre me pega.
O Processo de Leitura Dela
Ler Carla Madeira virou um ritual pra mim. Não é algo que eu faça correndo, no meio do tumulto. Eu preciso de calma, de um momento mais quieto.
Eu me preparo, quase como quem vai assistir a um filme denso. Sei que vou sair diferente da leitura. Às vezes, preciso parar um pouco, respirar, digerir o que li antes de continuar. É uma experiência completa.
O interessante é como ela consegue descrever sentimentos e situações que muitas vezes a gente nem sabe nomear. É uma identificação meio dolorida, mas muito real.
Então, essa foi a minha jornada com os livros da Carla Madeira. Começou por acaso, com uma capa na livraria, e virou uma admiração pela forma como ela consegue colocar no papel a complexidade da alma humana. Não sou nenhum especialista, é só a minha experiência de leitor mesmo, compartilhando aqui com vocês.
