Olha, vou te falar uma coisa, essa história de calça estampada sempre me deixou com o pé atrás. Eu via o pessoal usando, achava até bonito nos outros, mas pra mim? De jeito nenhum. Pensava que era coisa de gente muito ousada, ou que eu ia parecer que fugi de um circo, sei lá. Ficava só na vontade, mas coragem que é bom, nada.
A saga da primeira compra
Aí um belo dia, estava eu batendo perna no shopping, sem grandes pretensões, e dei de cara com uma. Uma estampa até que discreta, se é que isso é possível pra uma calça estampada, né? Fiquei ali, namorando a peça. Pensei: “Ah, quer saber? Vou levar. Se ficar horrível, pelo menos eu tentei”. O preço também ajudou, não vou mentir, estava numa promoção que quase me chamou pelo nome.
Cheguei em casa, todo animado, e fui direto provar. Primeira impressão: choque. Olhei no espelho e a primeira coisa que me veio à cabeça foi: “Meu Deus, o que eu fiz?”. Senti que a calça estava “gritando” mais do que eu. Guardei no armário e ela ficou lá, esquecida por umas boas semanas. Toda vez que eu abria o guarda-roupa, ela parecia me encarar, tipo “e aí, vai me usar ou não?”.
A tentativa (quase) frustrada e a descoberta
Um sábado, sem nada pra fazer, resolvi que era o dia de dar uma chance de verdade pra coitada. Tirei do armário e comecei a maratona de experimentar com tudo que eu tinha. Foi uma luta, viu?
- Com camiseta listrada? Jamais! Parecia que eu ia dar um nó na vista de quem olhasse.
- Com camisa social? Ficou esquisito, uma mistura que não conversava.
- Com blusa colorida? Aí sim que a coisa desandou de vez.
Estava quase desistindo, pensando seriamente em doar a bendita calça. Já estava até separando na sacola de “coisas que não uso”. Aí, por um acaso, peguei uma camiseta preta básica, bem simplesinha, que estava ali jogada. Vesti sem muita esperança. E não é que o negócio começou a fazer sentido? Parece que a luzinha acendeu! A simplicidade da blusa preta deu todo o destaque pra calça, mas de um jeito bom, equilibrado.
Colocando a estampa pra jogo
Ainda meio receoso, decidi que ia usar pra ir num barzinho com uns amigos. Pensei: “É agora ou nunca”. Combinei com a camiseta preta e um tênis neutro. Fui. No começo, confesso, fiquei meio tenso, achando que todo mundo estava reparando, cochichando. Que nada! Com o tempo fui relaxando.
E o mais engraçado é que, no final das contas, até recebi um elogio! Uma amiga comentou: “Nossa, que calça diferente! Gostei!”. Aquilo me deu uma confiança que eu nem esperava. Percebi que o segredo não era ter medo da estampa, mas saber como equilibrar o resto do visual. Se a calça já é o “evento principal”, o resto tem que ser mais tranquilo, mais na dele.
Hoje em dia, aquela calça estampada já não me assusta mais. Pelo contrário, até comprei outra, com uma padronagem diferente. Aprendi na prática que a gente não precisa ter medo de experimentar um pouco. Às vezes, sair da nossa zona de conforto no jeito de vestir pode ser bem divertido. E aquela peça que a gente torce o nariz no começo pode acabar virando uma das favoritas. Vai entender, né?
