Cara, esses dias eu tava aqui mexendo nas minhas coisas e coloquei pra tocar The Cardigans. Sabe, com a Nina Persson cantando. Me bateu uma nostalgia danada, lembrei de uma época específica.

Não é que eu seja um super fã ou colecionador, nada disso. Mas teve um tempo, lá atrás, que a voz dela e as músicas deles pareciam a trilha sonora perfeita pro momento que eu tava vivendo. Foi uma fase meio esquisita, pra ser sincero.
Aquele período meio perdido
Eu tinha acabado de sair de um emprego que, olha, não era lá essas coisas. Sabe quando você tá meio sem rumo, sem saber direito o que fazer da vida? Era bem por aí. Me sentia meio travado, precisando de alguma coisa pra me tirar daquela inércia.
Aí, nessa de tentar ocupar a cabeça, comecei a fazer umas coisas que tinha deixado de lado. Nada demais, coisa boba mesmo. Era mais um jeito de me manter ativo, de sentir que tava produzindo algo, mesmo que fosse só pra mim.
Meu “processo” na época era simples:
- Pegar uns cadernos velhos e tentar desenhar qualquer coisa que viesse na cabeça.
- Arriscar escrever umas ideias, uns pensamentos soltos, sem muita pretensão.
- Às vezes só ficava ali, ouvindo música e tentando organizar a bagunça – tanto a do quarto quanto a da cabeça.
E o som que rolava direto era deles. Lembro de colocar o álbum ‘Gran Turismo’ no repeat. Músicas como ‘My Favourite Game’ ou ‘Erase/Rewind’ davam um gás estranho. A voz da Nina Persson, meio doce e meio distante, combinava com aquele sentimento de estar meio perdido, mas tentando achar um caminho.

Ficava horas ali, rabiscando, ouvindo. Não era um projeto sério, nem uma prática com método. Era só eu, meus pensamentos confusos e a música deles de fundo. Era como se a melodia preenchesse um vazio, sabe? Me ajudava a não pirar tanto com a pressão de ter que “descobrir” o próximo passo.
Hoje, ouvindo de novo, percebo como certas músicas grudam na gente em fases específicas. A vida andou, as coisas mudaram, claro. Mas colocar Cardigans pra tocar de vez em quando é como dar um oi praquele cara mais novo, meio perdido, mas que tava ali, no seu ritmo, tentando se ajeitar. É engraçado isso, né? Ficou na memória.