Olha, vou contar pra vocês como foi que eu me meti a fazer umas pulseiras com ouro branco esses dias. Não é moleza não, mas quando a gente pega o jeito, o resultado compensa.
Primeiro Passo: Ajeitar as Coisas
Tudo começa separando o material, né? Eu já tinha um pouco de ouro branco 18 quilates guardado, daquele que a gente compra já na liga certa, sabe? Facilita um pouco. Separei também os fechos que ia usar depois. Aí fui pra bancada. Limpei tudo, deixei as ferramentas à mão: o cadinho pra derreter, maçarico (esse tem que ter respeito!), um molde pra fazer um lingote pequeno, laminador, umas fieiras pra puxar o fio, limas, lixas e a politriz lá no canto esperando a hora dela.
Derreter e Moldar o Ouro
Com tudo pronto, coloquei o ouro branco no cadinho. Liguei o maçarico, e aí é paciência e olho vivo. O metal vai esquentando, fica vermelho, depois um brilho intenso até derreter completamente. Parece uma sopinha brilhante. Com muito cuidado, virei o cadinho e despejei o ouro derretido no molde de lingote. Deixei esfriar um pouco ali.
Transformando o Lingote
Depois de frio, tirei o pequeno lingote do molde. Ele ainda tá bruto, né? Levei pro laminador. Passei várias vezes, ajustando a pressão, pra ele ir afinando e virando um fio mais grosso. Pra pulseira que eu queria, tipo uma corrente, precisei de um fio mais fino. Aí entra a fieira. É uma placa com furos de vários tamanhos. Fui passando o fio do ouro pelos furos, do maior pro menor, puxando com um alicate especial. Isso vai esticando e afinando o fio até chegar na espessura que eu precisava. Dá um certo trabalho, tem que ir recozendo (esquentando de novo) o fio de vez em quando pra ele não ficar duro demais e quebrar.
Montando a Pulseira
Com o fio pronto, usei um alicate pra enrolar ele e formar os elos da corrente. Depois, cortei cada elo. O próximo passo é a solda. Peguei cada elo, juntei as pontas e usei o maçarico de novo, com uma solda bem fininha, pra fechar um por um. É um trabalho minucioso, tem que ter mão firme pra não derreter o elo todo. Depois de soldados, os elos vão pra um banho químico, o “branqueamento”, pra tirar a oxidação da solda.
- Formar os elos
- Cortar os elos
- Soldar cada um
- Limpar no banho químico
Depois de todos os elos prontos e limpos, fui montando a corrente, interligando um elo no outro. Por último, soldei o fecho nas pontas da corrente.
Acabamento Final: O Toque de Mestre
A pulseira tá montada, mas ainda tá meio sem graça, com marcas da ferramenta, da solda. Aí começa o acabamento. Primeiro, usei umas limas fininhas pra tirar qualquer rebarba ou excesso de solda. Depois, lixei com lixas d’água de grana diferente, começando da mais grossa pra mais fina, até a superfície ficar bem lisa.
O próximo passo foi o polimento. Levei pra politriz, usei umas escovas e massas de polir específicas pra ouro. Fui passando a pulseira com cuidado até ela começar a brilhar. O ouro branco já tem um brilho legal, mas ele não é aquele branco super brilhante que a gente vê nas joalherias.
E aqui vem um detalhe importante do ouro branco: pra ele ficar com aquele brilho espetacular, quase espelhado e bem branquinho, a gente dá um banho de ródio. Preparei a solução de ródio, liguei a maquininha de galvanoplastia e mergulhei a pulseira. É rapidinho, coisa de segundos. O ródio cobre a peça com uma camada fininha, super brilhante e resistente.
Prontinho!
Depois do banho de ródio, lavei bem a pulseira, sequei e pronto! Olhando pra ela ali, brilhando, a gente até esquece o trabalho que deu. Ficou simples, mas do jeito que eu queria. Fazer com as próprias mãos tem outro valor, né? Mesmo que tenha uma marquinha aqui ou ali, é a prova que foi feita com cuidado. Foi isso, minha experiência fazendo pulseira de ouro branco.
