Olha, essa história com mangá brasileiro, o tal do “br manga”, começou meio sem querer, sabe? Eu já lia uns mangás japoneses, coisa normal, mas um dia topei com uns traços diferentes na internet, algo com uma cara mais… nossa. Fiquei curioso, né?
A caçada começou
Primeiro passo foi ir atrás. Pensei: “vou numa livraria grande”. Cheguei lá, procurei, procurei… Tinha um monte de coisa gringa, mas nacional? Quase nada. Achei estranho. Aí lembrei dos sebos. Fui em uns três. Poeira, livro velho, aquele cheiro característico. Garimpei bastante.
- No primeiro sebo: só coisa antiga, meio detonada.
- No segundo: achei umas revistas de editoras que nem existem mais.
- No terceiro: bingo! Encontrei umas edições de autores daqui, mais recentes até.
Comprei uns dois pra experimentar. A sensação foi de achar um tesouro escondido, mesmo sem saber se era bom.
Lendo e descobrindo
Cheguei em casa, abri o primeiro. A arte era legal, diferente do estilo japonês certinho que eu estava acostumado. Tinha uma pegada mais crua, talvez. A história… bom, algumas eram muito boas, com temas que batiam mais com a nossa realidade aqui. Outras nem tanto, pareciam meio apressadas, sei lá.
Percebi que a qualidade variava muito. Tinha coisa com roteiro ótimo e desenho simples, e o contrário também. Parecia que o pessoal fazia na raça, com o que tinha.
Comecei a pesquisar mais, mas sem usar link, claro. Fui fuçando em fóruns antigos, grupos de discussão. Descobri um monte de artista independente, gente publicando por conta própria, fazendo vaquinha pra imprimir. Uma luta danada.
A realidade bateu
Aí você vê a dificuldade, né? Desenhar, escrever, editar, imprimir, distribuir… tudo nas costas do autor, muitas vezes. Comparei com a estrutura que os mangás japoneses têm lá fora. É outra conversa. Dá uma certa agonia ver tanto talento ralando tanto pra conseguir um espacinho.
Teve uma época que até me empolguei pra tentar desenhar algo. Comprei um caderno, uns lápis. Rabisquei umas páginas. Cara… desisti rápido. Percebi o trabalho insano que dá. Respeito por essa galera só aumentou. Não é moleza, não.
Hoje em dia
Continuo de olho. Quando vou numa comic shop ou evento, sempre dou uma olhada na seção nacional. Compro uma coisa ou outra pra apoiar, mesmo sabendo que o mercado ainda é pequeno, meio de nicho.
Não virei um colecionador fanático nem nada. Mas aprendi a valorizar o esforço dessa turma. Ver um “br manga” na prateleira hoje tem um peso diferente pra mim. É saber da batalha que foi pra ele chegar ali.
É isso, minha experiência foi essa. Uma jornada meio torta, com altos e baixos, mas que me fez ver esse nosso cantinho dos quadrinhos com outros olhos.