E aí, pessoal, firmeza? Hoje eu vou desenterrar uma história aqui, uma daquelas aventuras que a gente se mete e que vira mais aprendizado de vida do que qualquer outra coisa. Tô falando da vez que eu cismei de montar um tal de mini cooler. Sabe aquelas geladeirinhas portáteis, pra manter a bebida gelada ou sei lá o quê? Pois é, essa mesma.

A ideia surgiu numa época meio apertada, pra ser sincero. Eu tava tentando economizar em tudo, e pensei: “Ah, vou fazer um desses! Deve ser fácil, pego umas peças, monto rapidinho e ainda dou uma utilidade pra umas tralhas que tenho aqui”. Doce ilusão, meus amigos, doce ilusão.
A saga das peças e da montagem
Lá fui eu, todo animado. Comecei a pesquisar como fazer. Vi que precisava de uma tal de célula Peltier, uns dissipadores de calor, uma ventoinha, fonte de alimentação… Coisas que, na teoria, pareciam simples de juntar. Comprei a tal da Peltier pela internet, catei uma ventoinha de um computador velho, arrumei um dissipador que achei que ia dar conta. A caixa eu ia improvisar com qualquer coisa.
O processo de montar foi onde o bicho começou a pegar de verdade. Eu não sou nenhum expert em eletrônica, né? Então foi aquela coisa:
- Cortar fio aqui, descascar ali.
- Tentar soldar com aquele meu ferro de solda véio de guerra.
- Isolar tudo direitinho pra não dar curto.
- Quebrar a cabeça pra ver qual lado da Peltier que gelava e qual esquentava – porque sim, eu montei errado na primeira vez e o negócio virou um mini aquecedor!
Cada passo era uma batalha. A ventoinha não encaixava direito no dissipador, a fonte que eu arrumei parecia fraca demais, a caixinha improvisada ficava toda torta. Eu passava horas ali, suando, às vezes xingando baixo, tentando fazer aquela geringonça funcionar. E o pior é que, quando finalmente parecia que ia, o resultado era bem mais ou menos. Gelava um pouquinho, mas nada que se comparasse a uma geladeira de verdade, nem de longe.
Mas por que raios eu insisti tanto nisso?
Agora vocês devem estar pensando: “Pô, mas pra que tanto esforço pra uma coisinha dessas?”. E aí que entra a parte mais curiosa, ou talvez a mais real, dessa história toda. Na verdade, esse projeto do mini cooler era mais uma desculpa, uma forma de manter a cabeça ocupada.
Naquela época, eu tinha acabado de passar por um perrengue daqueles no trabalho. Sabe quando você se dedica pra caramba, dá o sangue, e no final das contas parece que não valeu de nada? Pois é. Eu tinha saído de um emprego que me consumia uma energia danada, e a coisa não terminou do jeito que eu esperava. Fiquei meio sem chão, sem saber direito pra onde ir. Aquela sensação de ter investido tempo e esforço em algo que, no fim, não trouxe o retorno esperado, era bem parecida com a frustração de ver o mini cooler não gelar como eu queria.
Então, ficar ali, lutando com fios e parafusos, era quase uma terapia. Eu focava naquele problema pequeno pra não ter que encarar os problemas maiores que estavam me assombrando. Cada pequena vitória, tipo conseguir ligar a ventoinha, era um respiro. E cada derrota, como ver que a temperatura mal tinha baixado, era só mais um dia comum naquela fase.
No fim das contas, o mini cooler nunca virou aquela maravilha toda que eu imaginei. Acabou encostado num canto, juntando poeira, como tantos outros projetos que a gente começa e não termina, ou que não dão o resultado esperado. Mas a experiência toda, essa sim, serviu pra alguma coisa. Serviu pra eu entender que, às vezes, a gente precisa de umas distrações, de uns projetinhos malucos, pra conseguir atravessar as fases mais complicadas da vida.
E é isso, gente. Às vezes, uma simples tentativa de montar algo, mesmo que não dê certo, ensina mais sobre a gente e sobre a vida do que a gente imagina. E vocês, já tiveram algum projeto assim, que era mais sobre o processo do que sobre o resultado final?