Então, essa tal de Moda de Rua Brasileira…
Sabe como é, né? A gente ouve falar tanto, vê umas fotos aqui e ali, mas eu quis ver com meus próprios olhos, sentir na pele como que a galera se vira pra andar na estica (ou nem tanto) nesse nosso Brasilzão.
Primeira coisa que fiz: larguei as revistas e fui pra rua mesmo. Andar, observar, tipo detetive da moda, saca? Fui pra uns cantos mais badalados, claro, tipo Vila Madalena em Sampa, ou dei umas voltas pela orla do Rio. Mas também me enfiei em uns bairros mais povão, pra ver o que rolava longe dos holofotes.
E o que eu percebi? Vou te contar:
- Conforto é REI (e RAINHA): Ninguém merece passar perrengue com roupa apertada nesse calorão que faz aqui. Então, o que bomba é tecido leve, tipo algodão, viscose, essas coisas. Caimento mais solto, sabe? E nos pés, chinelo, rasteirinha, tênis confortável. A praticidade manda, e faz todo sentido, né? Não dá pra ser chique passando mal.
- Cor, MUITA cor! E estampa também, pode apostar!: Brasileiro não tem medo de se jogar nas cores vibrantes. É amarelo canário, verde bandeira, azul royal, rosa choque, tudo junto e misturado às vezes. E as estampas? Nossa! Florais gigantes, folhagens tropicais, listras, poás, animal print… uma verdadeira salada de frutas visual, uma alegria só de ver.
- Aquele jeitinho de misturar tudo que parece que não combina, mas combina: Vi muita gente usando uma peça mais chiquezinha, tipo um blazer leve, com um short jeans detonado. Ou um tênis esportivo com um vestido mais arrumadinho. É essa mistura do caro com o barato, do novo com o velho, que dá o toque especial, a tal da “bossa” que tanto falam. Não é sobre ter a roupa mais cara da loja, mas ter a manha de combinar e criar um estilo próprio.
- Adaptação é a palavra-chave, meu amigo: A moda aqui se molda ao clima, ao corre do dia a dia, ao bolso também. É uma moda viva, que respira o que tá acontecendo. Não é aquela coisa engessada, montada, que a gente vê em desfile de Paris, que ninguém consegue usar na vida real. Aqui, se tá calor, a roupa encurta. Se vai pegar busão, o salto fica em casa. Simples assim.
Mas ó, nem tudo são flores nessa passarela da vida real, viu?
Tem hora que a gente vê umas coisas que, meu Deus do céu… Aquela calça legging que parece que foi pintada no corpo e marca até a alma, sabe? Ou aquela combinação de estampas que briga mais que marido e mulher. Mas quer saber? Faz parte! É a liberdade de cada um se expressar, mesmo que às vezes o espelho tenha tirado férias prolongadas.
Outra coisa que me deixava meio assim: muita gente, principalmente gringo, acha que moda de rua brasileira é só shortinho, Havaianas e camiseta de futebol. Que nada! Tem uma galera super estilosa no dia a dia, pra ir trabalhar, pra sair à noite, que bota muita gente “entendida” no chinelo. O pessoal se produz, sim, e com criatividade de sobra.
No final das contas, o que eu aprendi nessa minha “investigação” de moda popular?
Que a moda de rua brasileira é, acima de tudo, autêntica e cheia de ginga. É criativa pra caramba, porque muitas vezes a grana é curta e o pessoal tem que se virar nos trinta. É democrática (dentro do possível, né, porque a gente sabe que dinheiro ainda abre muitas portas) e reflete muito a alma alegre e desenrolada do nosso povo.
Não é sobre seguir regrinha de revista, é sobre se sentir bem, se divertir com a roupa e mostrar pro mundo quem você é, com as suas cores, os seus gostos. E quer saber? Eu acho isso o máximo. Dá um trabalhão decifrar às vezes, porque é muita informação diferente junta, é uma mistura louca. Mas é essa diversidade toda que faz a coisa ser tão rica e interessante. Fui lá, vi com estes olhos que a terra há de comer, e continuo aprendendo todo santo dia, porque essa moda não para de se reinventar um segundo.
