Aí, gente, vou contar como foi meu processo pra mudar o nome oficialmente aqui no Brasil, coisa super comum pra quem é gênero fluido como eu. Vou descrever tudinho passo a passo, sem enrolação.

A decisão de mudar
Me bateu uma vontade forte de refletir minha identidade nos documentos, sabe? Todo mundo me chamando de um jeito que não combinava mais me deixava com aquela agonia. Pesquisei na internet e vi que dava pra trocar o nome mesmo sem processo de redesignação sexual. Fui direto no site do cartório da minha cidade pra ver quais papéis precisava. A burocracia brasileira é chata, mas decidi encarar.
Juntando a papelada
Primeiro, fui atrás dos documentos básicos:
- Minha certidão de nascimento atualizada
- CPF original e cópia
- Comprovante de residência no meu nome atual
- Duas fotos 3×4 recentes
Depois preparei a parte mais importante: a declaração de que sou gênero fluido e explico porque quero a alteração. Escrevi na maior sinceridade como me identifico, sem firulas. Juntei também declaração de duas testemunhas confirmando que todo mundo já me conhece pelo novo nome. Pra fechar, fiz um requerimento simples pedindo a troca.
Bater na porta do cartório
Cheguei cedo pra evitar fila. O atendente olhou minha pilha de papéis, fez cara pensativa, mas aceitou entrar com o processo. Tive que pagar aquelas taxinhas chatas – coisa de R$200 no total. Ele me explicou que agora era só esperar a análise, mas que não demoraria tanto assim.
O nervoso da espera
Fiquei três semanas naquele frio na barriga. Todo dia checava o email, olhava o cel direto. Quando chegou a ligação do cartório, quase derrubei o café. Deram o ok! Voltei lá correndo pra registrar minha nova certidão. O juiz só averbou pedindo que colocassem meu nome antigo como “nome social” pra evitar fraude.

Atualizando tudo
Aí começou a via crucis:
- Fui primeiro na Receita Federal refazer o CPF
- No outro dia atualizei RG na Polícia Civil
- Passei mais uma manhã inteira no banco mudando cadastro
- Até meu plano de saúde precisei ajustar, tava cansada já
Cada lugar tinha um formulário diferente, um procedimento esquisito. Mas olha, depois de um mês de correria, consegui botar minha vida inteira no novo nome. Valeu cada fila, cada assinatura.
Tá difícil mas recompensa
O sistema ainda engasga muito – toda hora tem lugar que só aceita o nome morto em sistema deles. Quando vou comprar passagem de ônibus online, às vezes dá bug. Mas ter documentos oficiais que refletem quem eu sou? Não tem preço. Pra quem tá na dúvida: burocrático sim, impossível não. Demora? Demora. Mas se o cartório daquele interior onde moro aceitou, acredito que em qualquer lugar rola!