Olha, vou te contar uma coisa que mudou bastante pra mim nos últimos tempos. Eu era daquelas que, sério, não ia nem na esquina sem passar pelo menos uma base e um rímel. Achava que era obrigação, sabe? Tipo, “mulher tem que estar sempre arrumada”. Que bobeira, né? Mas era o que eu pensava.
O Começo da Mudança
Um dia, eu estava super atrasada pra um compromisso besta, um café com uma amiga. Na correria, não deu tempo de fazer NADA no rosto. Fui de cara lavada mesmo, me sentindo meio nua, esquisita. Cheguei lá e a primeira coisa que minha amiga disse foi: “Nossa, sua pele tá bonita hoje, tá descansada!”. Eu fiquei tipo: quê? Eu, que me achava horrível sem maquiagem.
Aquilo ficou martelando na minha cabeça. Será que a maquiagem toda que eu usava mais escondia do que realçava? Será que eu estava tão bitolada com a ideia de perfeição que nem percebia mais como eu era de verdade?
A Prática: Menos é Mais (ou Nada Mesmo)
Decidi fazer um teste. Comecei a diminuir. Primeiro, tirei a base pesada durante a semana, deixava só pro fim de semana, se desse vontade. Depois, fui cortando outras coisas.
- Primeira semana: Estranheza total. Eu me olhava no espelho e achava tudo sem graça. Sentia que as pessoas me olhavam diferente, mas acho que era mais coisa da minha cabeça.
- Segunda semana: Comecei a reparar mais na minha pele de verdade. Nas minhas sardinhas, que eu sempre cobria. Nas minhas olheiras, que são de quem vive e trabalha, ué!
- Terceira semana em diante: A liberdade! Gente, que alívio não ter que se preocupar em retocar batom, em não borrar o rímel se der uma coçadinha no olho. E o tempo que eu ganhava de manhã? Uma maravilha!
Claro que teve gente que comentou. Uns “tá tudo bem?”, outros “você parece cansada”. No começo, isso me incomodava um pouco, confesso. Mas depois fui percebendo que era só o estranhamento delas, acostumadas a me ver sempre “montada”. E, sinceramente, a opinião que mais importava era a minha, e eu estava começando a gostar do que via.
O Que Eu Levo Disso Tudo
Hoje em dia, maquiagem pra mim virou diversão, não obrigação. Uso quando quero, quando tô a fim de brincar com cores, de me sentir diferente pra uma festa, por exemplo. Mas no dia a dia? Cara lavada e um bom protetor solar são meus melhores amigos.
Descobri que “mulher sem maquiagem” não é desleixo, não é falta de cuidado. É autenticidade. É se mostrar como se é, com as marcas que a vida deixa, e tá tudo bem com isso. É até um ato de coragem, num mundo que cobra tanto da gente uma imagem perfeita que nem existe.
E o mais legal é ver outras mulheres se sentindo à vontade assim também. A gente se reconhece, se apoia. É uma sensação boa demais, essa de se aceitar e se gostar, com ou sem pintura no rosto.