Comecei pensando nessa pergunta depois que minha amiga Juliana me disse: “Ah, moda é só pra influencer e gente rica!”. Nesse dia, fiquei uns 20 minutos encarando meu guarda-roupa cheio de coisas que quase não usava. Até que resolvi fazer um teste maluco.

Primeiro passo: revirar tudo!
Joguei todas as roupas no chão da sala. Camisa do estágio de 2018, calça que ganhei de aniversário e nunca serviu direito, até aquela blusa cheia de bolinha que todo mundo fala pra eu jogar fora. Separei em três montes: o que amava, o que odiava e o “sei lá”.
O estalo veio aqui:
Peguei aquela calça social que só usava em entrevista de emprego. Tirei a lapela, cortei as pernas até o joelho com tesoura de costura e virei shorts. Depois, peguei uma camiseta velha do meu irmão e fiz uns cortes nas costas.
Teste de rua sem medo
Coloquei as peças reformadas e fui na padaria. Na fila, uma senhora apontou pro meu shorts adaptado: “Onde comprou, filho? Meu neto adoraria um assim!”. Quando expliquei que era calça velha, ela deu risada e pediu dicas pra reformar as calças do marido.
- Lição 1: Moda real é consertar o zíper do agasalho ao invés de comprar outro
- Lição 2: É trocar aquela blusa básica com a vizinha que tem corpo diferente
- Lição 3: É usar sua camisa favorita manchada de tinta como pano de prato
O experimento que virou rotina
Durante um mês, só usei o que havia no “monte do amor” e nas peças transformadas. Teve semana que repeti jeans três dias seguidos, mas ninguém percebeu – só eu sabia que tinha costurado bolsos novos nele na véspera. Cara, foi libertador não acordar pensando “preciso comprar algo novo pra sair hoje”.
Resultado inesperado:
Meu irmão adolescente pediu ajuda pra customizar a camiseta do time dele. Cortamos mangas, pintamos com tinta de tecido e ele saiu todo feliz pro rolê. Nem precisei dar sermão sobre consumismo!
Hoje entendo: moda na vida real não é sobre lojas chiques ou seguidores. É sobre catar botão no chão pra prender sua jaqueta favorita, é quando sua sobrinha cola adesivo na sua bolsa e você decide deixar porque tem história, é transformar roupa em memória afetiva que veste corpo e alma.