Olha, vou te contar como foi essa aventura de montar um desfile de moda só com tops de crochê. Parece chique falando assim, né? Mas foi tudo bem na raça, bem caseiro, mas com muito amor envolvido, viu?
Como tudo começou
A ideia surgiu do nada, numa roda de amigas. Eu sempre fiz crochê, desde pequena, aprendi com minha avó. Fazia umas blusinhas pra mim, umas coisinhas pras amigas mais chegadas, sabe? Aí, um dia, a gente tava olhando umas fotos de uns tops que eu tinha feito, cada um mais diferente que o outro, e uma delas soltou: “Imagina que legal um desfile só com isso!”. No começo, dei risada, achei que era brincadeira. Mas a sementinha ficou lá plantada na minha cabeça.
Pensei, pensei, e comecei a achar que não era uma ideia tão maluca assim. Eu tinha várias peças prontas, e conhecia outras meninas que também se arriscavam nas agulhas. Falei: “Quer saber? Vamos tentar!”.
Mão na Massa: A Preparação
Aí começou a correria de verdade. Primeiro, convocar as crocheteiras. Mandei mensagem no grupo, chamei quem eu sabia que fazia um trabalho legal. Algumas toparam na hora, outras ficaram meio assim, com vergonha. Tive que insistir um pouquinho com algumas, falando que ia ser divertido, que era só pra gente mostrar nossa arte.
Depois, veio a parte de fazer mais peças. Porque né, pra um desfile, precisava de uma variedade boa. Aí foi agulha pra lá, linha pra cá, noite adentro. Minha sala virou um ateliê improvisado, cheia de novelos de todas as cores. Eu queria mostrar que crochê não é só aquela coisa da vovó, sabe? Dá pra fazer peça moderna, estilosa, pra tudo que é gosto.
- Fizemos tops mais românticos, com flores aplicadas.
- Outros mais ousados, com uns decotes diferentes.
- Teve top com franja, top mais justinho, top mais soltinho.
- Até uns com umas misturas de cores que, confesso, no começo achei que não iam dar certo, mas no final ficaram incríveis!
Achar as “modelos” foi outra novela! Como era tudo na base da amizade, chamei amigas, primas, vizinhas. Algumas super empolgadas, outras morrendo de vergonha. “Ai, não sei desfilar!”, “Ai, tô fora de forma!”. Eu falava: “Que isso, menina! O importante é se divertir e mostrar as peças!”. Marcamos uns ensaios bem toscos na garagem de casa mesmo, só pra elas pegarem um pouco o jeito de andar, fazer uma pose.

E o lugar? Não tínhamos grana pra alugar nada chique. A solução foi usar o salão de festas do prédio de uma amiga, que cedeu o espaço na maior boa vontade. Improvisamos uma passarela com um tapete vermelho que pegamos emprestado. A iluminação foi com uns pisca-piscas de Natal e uns abajures que cada uma trouxe de casa. Bem gambiarra, mas deu um charme!
O Grande Dia (ou Tarde, no nosso caso)
No dia, um frio na barriga que só vendo! Eu corria pra lá e pra cá, ajudando as meninas a se vestirem, conferindo se os tops estavam certinhos, tentando acalmar quem estava mais nervosa. A “plateia” era formada por amigos, familiares, gente que ficou sabendo pela internet e achou a ideia legal.
Quando a primeira “modelo” entrou, com a música que a gente escolheu a dedo (uma playlist bem animada!), meu coração quase saiu pela boca. Mas foi lindo! Cada uma desfilou do seu jeito, umas mais sérias, outras sorrindo, algumas até arriscaram uma dancinha. Teve uma que tropeçou de leve no tapete, mas todo mundo aplaudiu e ela levou na esportiva, deu uma risada e continuou. Foi o máximo!
Ver as peças que a gente fez com tanto carinho sendo mostradas ali, uma por uma, foi uma emoção muito grande. E o pessoal adorou! Aplaudiram muito, tiraram fotos, elogiaram os tops. No final, quando todas as meninas entraram juntas, foi uma festa. A gente se abraçou, comemorou. Parecia que tínhamos ganhado um prêmio!
O que ficou disso tudo
Sabe, organizar esse desfile de tops de crochê me mostrou que quando a gente tem uma paixão e junta os amigos, dá pra fazer coisas incríveis, mesmo sem muito recurso. Deu um trabalhão? Com certeza! Tiveram momentos que pensei em desistir, que achei que não ia dar conta. Mas ver o resultado final, a alegria de todo mundo, compensou cada minuto de correria.
E o mais legal foi mostrar que o crochê é versátil, é moderno, é arte. Não é só um passatempo, é uma forma de expressão. E, olha, já estamos pensando no próximo! Quem sabe com mais estrutura, né? Mas sem perder essa essência do “feito em casa”, do “feito com amor”. Porque, no fim das contas, é isso que importa.