Então, galera, hoje vou contar um pouco de como foi a correria pra juntar moda e música num desfile que participei organizando. Não sou nenhum expert, tá? Foi mais na base da tentativa e erro mesmo.
Tudo começou com a coleção. Tinha um monte de roupa pronta, peças bem diferentes umas das outras. A primeira coisa que fiz foi sentar e olhar tudo com calma. Peguei as peças, senti o tecido, tentei sacar qual era a ‘vibe’ que o estilista queria passar. Tinha coisa mais leve, outras mais pesadas, umas coloridas, outras nem tanto. Anotei umas palavras-chave pra cada bloco de roupas que imaginei.
A caça pela trilha sonora
Aí veio a parte chata: achar a música. Meu Deus, que trabalheira. Fiquei horas e horas na internet, fuçando playlists, ouvindo de tudo um pouco. Comecei pensando em algo muito conceitual, mas vi que não ia rolar, ia ficar estranho com a pegada das roupas.
Lembrei de umas bandas antigas que eu curtia, testei umas coisas mais eletrônicas, outras mais acústicas. A dificuldade era achar algo que desse o ritmo certo pra caminhada das modelos na passarela, mas que também combinasse com o clima das roupas que iam estar sendo mostradas naquele momento.
- Primeiro, separei as roupas por ‘clima’ (leve, pesado, festa, dia-a-dia).
- Depois, busquei músicas que tivessem a ver com cada ‘clima’.
- Aí, montei umas sequências prévias, só pra sentir como ficava.
- Tive que cortar umas partes, emendar outras. Foi quase um trabalho de DJ fajuto.
Teve uma hora que quase desisti. Pensei: “ah, vou botar qualquer batida eletrônica genérica”. Mas aí respirei fundo. Lembrei que a música tinha que ajudar a contar a história da coleção, não ser só um barulho de fundo.
Juntando tudo e os perrengues
Com uma lista de músicas mais ou menos definida, fui pros ensaios. Foi aí que o bicho pegou de verdade. Tinha música que na minha cabeça era perfeita, mas na hora H, não funcionava. A batida era muito rápida, as modelos pareciam que estavam correndo. Ou era lenta demais, dava sono.
Tivemos que ajustar tudo na hora. Pedi pras modelos andarem, marquei o tempo. Vi quanto tempo cada uma levava pra cruzar a passarela. Tentei sincronizar a virada da música com a troca de bloco de roupas. Deu um nó na cabeça, mas fomos fazendo.
Um perrengue engraçado foi quando, num ensaio, o som parou do nada. Silêncio total. As modelos ficaram paradas sem saber o que fazer. Descobrimos que alguém tropeçou no fio da caixa de som e desligou tudo. Rimos muito depois, mas na hora foi aquele desespero.
O resultado final e o que ficou
No dia do desfile, eu estava uma pilha de nervos. Ficava só de olho na mesa de som, rezando pra nada dar errado. Mas no fim, tudo correu bem. A música entrou na hora certa, o volume estava bom, e pareceu que o pessoal curtiu.
Ver as roupas na passarela com a música que a gente escolheu, ver que deu certo a combinação, foi uma sensação muito boa. Deu um trabalhão danado, noites mal dormidas fuçando música, mas valeu a pena.
O que aprendi com isso? Que moda e música andam juntas mesmo. Uma boa trilha sonora não salva roupa feia, claro, mas com certeza ajuda a criar a atmosfera certa e a valorizar o trabalho do estilista. E que fazer isso na prática exige paciência e muito teste. Foi uma experiência e tanto!