Olha, vou te contar como eu comecei com essa história de fazer joias diferentes, sabe? Aquelas que você bate o olho e pensa: “nossa, nunca vi igual”. Não foi do nada, não.
Eu sempre gostei de acessórios, mas comecei a ficar meio cansada de ver as mesmas coisas em todo lugar. Parecia que tudo saía da mesma forma, sem alma, sem uma história. Você comprava um brinco e, na semana seguinte, via umas cinco pessoas com um igualzinho. Perdí a graça pra mim.
Aí eu pensei: “quer saber? Vou tentar fazer as minhas”. No começo, confesso, foi um desastre. Comprei uns arames, umas pedrinhas baratas, alicates, e fui na raça mesmo. Quebrei muita pedra, entortei muito arame. Minhas primeiras tentativas ficaram, digamos, bem “artísticas”, pra não falar outra coisa.
O Começo da Prática
Mas sou teimosa. Fui pesquisar, ver vídeos, ler umas coisas. Entendi que precisava de mais paciência e técnica. Comecei a desenhar mais antes de sair fazendo. Rabiscava umas ideias no papel, pensava na combinação das cores, no formato. Isso ajudou a organizar a cabeça.
Decidi que queria trabalhar com materiais um pouco melhores. Comecei a garimpar umas pedras naturais diferentes, não essas que a gente acha em qualquer loja de montagem. Fui atrás de prata, de uns metais com banho decente. Isso faz uma diferença enorme no resultado final, pode acreditar.
O processo em si é demorado. Tem dia que você fica horas pra conseguir dobrar um metal do jeito certo ou pra prender uma pedra sem que ela fique torta ou caia depois. Lixar, dar polimento… nossa, exige um bocado de esforço.
- Primeiro vem a ideia, o desenho.
- Depois, separar o material certo.
- Aí é mão na massa: cortar, lixar, soldar (se precisar), montar.
- Por último, o acabamento, que tem que ser caprichado.
O ponto principal pra mim é a exclusividade. Eu não faço duas peças iguais. Nunca. Posso até usar uma pedra parecida, ou um estilo que eu goste, mas cada uma tem seu detalhe, sua identidade. É isso que eu buscava e é isso que eu tento colocar em cada peça que eu termino.
Não é uma linha de produção, sabe? É um trabalho quase artesanal mesmo, peça por peça. Dá trabalho? Dá muito. Mas a sensação de ver algo pronto, que saiu da sua cabeça e das suas mãos, e saber que é único no mundo… ah, isso não tem preço. É por isso que eu continuo fazendo.