Olha, vou te contar como foi essa história aí do “só 50”. Parece pouco, né? Cinquenta reais hoje em dia mal dá pra um lanche direito. Mas a parada era um desafio pessoal mesmo, ver se eu conseguia.
A Missão: Reviver um Rádio Velho
Tudo começou quando achei um rádio antigo lá no fundo do armário. Coisa da minha avó, sabe? Tava todo empoeirado, mudo, coitado. A primeira ideia foi jogar fora, mas aí bateu aquela coisa: e se eu tentasse arrumar? E pra complicar, me impus a regra: gastar só 50 pratas no máximo.
Primeiro passo foi abrir o bicho. Com cuidado, claro, pra não quebrar mais nada. Fui olhando, limpando a poeira com um pincelzinho. De cara vi que uns fios tavam soltos e um capacitor parecia estufado. Pensei: “Hum, talvez seja só isso”.
A Caça às Peças
Aí começou a saga. Precisava de um capacitor novo e um pouco de fio. Onde achar isso barato? Fui naquelas lojinhas de eletrônica do centro, sabe? Aquelas que têm de tudo um pouco, cheiro de solda no ar.
- Vasculhei as gavetinhas de componentes.
- Perguntei pro vendedor, um senhorzinho que parecia conhecer cada peça pelo nome.
- Achei o capacitor! Coisa de poucos reais. Ufa.
- Pedi um pedacinho de fio, ele me deu uma sobrinha sem nem cobrar. Ponto pra mim!
Comprei também um tubinho de solda e peguei emprestado o ferro de solda do meu vizinho. Até aí, o gasto tava baixo, uns 15 reais talvez.
Mão na Massa (e um Pouco de Fumaça)
Voltei pra casa todo animado. Esquentei o ferro de solda. Com a mão meio trêmula, confesso, tirei o capacitor velho. Limpei os contatos. Coloquei o novo no lugar, respeitando a polaridade (importante!). Soldei com cuidado.
Depois, refiz as conexões dos fios soltos. Usei a solda nova. Deu aquela fumacinha com cheiro característico. Isolei tudo direitinho com fita isolante que eu já tinha em casa.
A tensão era grande. Será que ia funcionar? Será que não ia explodir nada? Gastei um tempão nisso, mais pela cautela do que pela dificuldade.
A Hora da Verdade
Fechei o rádio, coloquei a tomada e… girei o botão. Primeiro um chiado. Normal. Girei o dial devagar… e PÁ! Uma música tocou! Baixinho, meio fanhoso, mas tocou!
Cara, que alegria! Fiquei mexendo na antena improvisada (um pedaço de fio que sobrou), achei uma estação com sinal melhor. O som não era perfeito, claro, mas funcionou! O radinho da vovó voltou à vida.
E o custo total? Devo ter gasto uns 20 reais, por aí. Sobrou dinheiro dos só 50! Foi mais pela diversão e pelo desafio mesmo. Deu um trabalhão, precisei pesquisar umas coisas, mas valeu cada minuto. Ver uma coisa antiga voltar a funcionar com tão pouco recurso é muito legal. Hoje em dia o pessoal joga tudo fora muito fácil, né? Às vezes, com um pouquinho de esforço e quase nada de grana, a gente salva uma história.