Olha, vou te contar minha saga com o tal do vestido floral curto. Não é de hoje, mas lembro como se fosse ontem.

Tava um calor dos infernos, sabe? Daqueles que grudam a roupa no corpo. Pensei comigo: “preciso de algo leve, fácil de usar, pra aguentar essa canícula”. Foi aí que me veio a ideia de procurar um vestido. Queria algo alegre, então pensei num floral. E curto, claro, pra refrescar as pernas.
A Busca
Saí pra bater perna no centro da cidade. Entrei numa loja, depois noutra. Sabe como é, né? Milhares de opções, mas nada me pegava de jeito. Ou era muito caro pra um pedaço de pano estampado, ou o tecido parecia daqueles que dão alergia só de olhar.
- Vi uns longos, mas não era o que eu queria.
- Vi uns curtos, mas com umas estampas muito berrantes.
- Outros pareciam pijama, sinceramente.
Já estava quase desistindo, pensando em voltar pra casa e me conformar com meus shorts velhos. Foi quando entrei numa lojinha menor, meio escondida.
O Achado (ou nem tanto)
Lá no fundo da arara, pendurado meio torto, estava ele. Um vestido floral curto. A estampa era até simpática, umas flores miúdas, fundo escuro. Peguei na mão, o tecido era meio fino, mas parecia fresco. O preço? Ah, o preço era camarada. Bem mais baixo que os outros que eu tinha visto.
Pedi pra provar. O provador era minúsculo, aquele calor lá dentro… Vesti o danado. Serviu. Ficou curto mesmo, um pouco mais do que eu imaginava. Fiquei meio assim, sabe? Pensando se não ia “pagar calcinha” por aí. Mas aí pensei: “ah, pelo preço, levo. Uso em casa, pra ir na padaria, sei lá”.

A Prática
Levei o vestido pra casa, lavei direitinho. No fim de semana seguinte, teve um almoço na casa da minha irmã. Calor de rachar. Resolvi estrear o vestido. E olha, foi bom por ser leve. Ventinho batia, dava uma aliviada.
Mas o tal do comprimento… Toda hora eu me pegava puxando a barra pra baixo, principalmente na hora de sentar. Um pouco desconfortável, confesso. E o tecido, depois de umas duas lavagens, já começou a dar umas bolinhas e a cor deu uma desbotada. Qualidade não era o forte, né?
Usei bastante naquele verão, não vou negar. Pra ficar em casa, ir rapidinho no mercado, ele quebrou um galho. Mas pra sair pra um lugar mais arrumadinho, não rolava. Me sentia meio desleixada com ele depois que começou a ficar gasto.
Resumo da ópera: foi uma compra de ocasião. Serviu pro propósito inicial de ter algo leve pro calorão, e pelo preço baixo, não dava pra esperar um vestido de festa. É aquele tipo de peça que você usa até acabar e depois descarta sem dó. Não foi a melhor compra da minha vida, mas também não foi a pior. É isso aí, a vida como ela é com um vestido floral curto baratinho.