Olha, vou te contar uma coisa sobre esse negócio de roupa de rua. Eu mesmo já me perdi legal nisso aí. Antigamente, eu via a molecada na rua, umas fotos na internet, e achava que precisava ter um monte de peça diferente, um monte de marca da hora, sabe? Meu armário? Vivia lotado de coisa que eu usava uma vez e nunca mais.
Eu comprava uma jaqueta chamativa aqui, um tênis super diferente ali. Gastava uma grana que, pensando bem hoje, não fazia sentido nenhum. Aí chegava na hora de sair, eu ficava um tempão na frente do espelho, experimentava um monte de combinação, e no fim das contas, saía me sentindo meio fantasiado, desconfortável. Não era eu ali, entende?
Um dia eu cansei dessa palhaçada. Sério. Abri o guarda-roupa e me deu um nervoso. Tanta tralha! Decidi que ia dar um jeito naquilo. Foi um processo, viu? Não foi de um dia pro outro.
Primeiro, tirei tudo pra fora. Tudo mesmo. Fui pegando peça por peça e sendo honesto comigo mesmo: “Eu uso isso de verdade? Eu me sinto bem com isso?”. A maioria das respostas era não. Foi uma pilha enorme de roupa pra doação e pra vender baratinho.
Depois, comecei a pensar no que eu realmente usava no dia a dia. O que era confortável de verdade, o que funcionava pra ir trabalhar, pra encontrar os amigos, pra resolver coisa na rua. Cheguei numa lista bem simples:
- Camisetas básicas (branca, preta, cinza, umas de cor lisa)
- Calças jeans que vestem bem (umas duas ou três boas)
- Uma calça de sarja mais arrumadinha
- Uns tênis confortáveis e versáteis (um mais neutro, outro talvez um pouco diferente)
- Uma jaqueta boa (jeans ou uma bomber, algo assim)
- Alguns moletons pra quando esfria
Foi isso. Parece pouco, né? Mas a mágica aconteceu aí. Com essas peças básicas, comecei a ver que dava pra montar um monte de look diferente só mudando uma coisinha ou outra. E o principal: eu me sentia bem, me sentia eu mesmo. Não tava mais tentando ser um personagem.

A simplicidade que funciona
Parei de ficar maluco atrás da última moda que aparecia no Instagram. Se vejo algo legal, penso: “Isso combina com o que eu já tenho? Eu vou usar de verdade?”. Na maioria das vezes, a resposta é não, e eu sigo a vida.
Hoje, me vestir é muito mais rápido e fácil. Abro o armário, pego uma camiseta, uma calça, um tênis e pronto. Tô vestido. E o melhor, tô me sentindo confiante, sem aquela nóia de estar “montado” demais ou de menos. É roupa de rua descomplicada de verdade, do jeito que funciona pra mim.
Então, se você tá nessa pira de achar que precisa de um milhão de peças pra ter estilo, minha dica é: para e pensa no que você realmente usa e gosta. Às vezes, menos é muito, muito mais. Pelo menos, pra mim, foi a melhor coisa que fiz.